segunda-feira, 27 de junho de 2011

Bois encerram Festival de Parintins com certeza da vitória


Se ontem a empolgação tomou conta do Caprichoso ao final de sua apresentação,na noite deste domingo a sensação dos integrantes do boi era de ainda mais confiança no título.
“O grupo foi coeso e assumiu suas responsabilidades. Estou tranquilo”, disse David Assayag logo que entrou no camarim. Contente com o desempenho do boi, o levantador afirmou que ainda tem fôlego de sobra. “Se tivesse mais duas noites cantaria igual.”

Assayag, que é deficiente visual desde os 16 anos, entrou em cena sozinho, guiado apenas por uma corda transparente e causou comoção. “Decidimos isso pouco antes do Caprichoso começar e surtiu efeito”, contou o artista, que também deixou os seus costumeiros óculos escuros de lado.

Márcia Baranda, presidente do Azul, acha que a sequência do boi foi perfeita. “Fechamos com chave de ouro”, comemorou. “Deu tudo certo.”
Outro à espera o bicampeonato do touro preto é Edilson Santana, o Amo do boi. “Se Deus quiser vamos levantar o caneco”, disse. “É a melhor equipe, com as melhores toadas e melhor galera. É o boi que encanta com essa magia.”
“Só usamos dançarinos de Parintins, não somos como o contrário, que foi buscar gente de fora”, provocou Santana, em referência ao grupo de jovens paraenses que vieram dançar no Garantido.

O ponto forte do Caprichoso foram suas alegorias, que impressionaram o bumbódromo com gigantescas e detalhistas figuras do folclore da região.
Sobre a excelente produção das apresentações, que segundo alguns têm “pouca emoção”, Márcia Baranda afirmou que sentimentos não faltam no boi. “Claro que a técnica é importante, mas passamos muita emoção sim, é isso aí que vocês viram.”
“Boi técnico é aquele que entra, evolui e sai bem. Sem atrasos, com calma, e assim consegue emocionar”, concordou Santana.
Garantido considera a missão cumprida

Falando em emoção, essa foi a nota repetida por todos os itens individuais do Garantido, que consideraram a noite deste domingo como missão cumprida.
“Extremados na emoção, essa é uma característica nossa que envolve a todos”, considera o Apresentador Israel Paulaim. Para ele, que completou 10 anos à frente do boi, mesmo os problemas em alegorias não chegaram a atrapalhar a reconquista do título. “Não interferiu em nada porque saímos no horário e tivemos um desempenho perfeito.”
O Levantador de Toadas Sebastião Júnior fez coro e admitiu nunca ter sentido tanto carinho perto da galera do vermelho. “Estou no limite, sabendo que é a última noite a gente extravasa tudo”, disse se referindo à própria voz, bastante exigida durante o festival.
“O contrário se preocupa muito com a grandiosidade das alegorias, mas isso é só um item. Nos preocupamos com tudo, não perdemos tempo com isso”, alfineta ele.

A Porta-Estandarte Raíssa Barros, que completou 18 anos na arena, acredita que a empolgação transmitida pelos itens supera qualquer pequeno problema. “A gente está com sede de vitória”.
“Foi a garra da galera vermelho e branca que nos levou, me arrepiei do início ao fim”, completa sua irmã e Cunha-Poranga Tatiane Barros.
Esse ano deve marcar sua despedida do Garantido e é com os torcedores que ela pretende estar daqui para frente. “Que vença o melhor e sei que o Garantido superou em muitos itens o contrário”, opina.

Apesar do clima de “já ganhou” em ambas as partes, o resultado segue em aberto, já que a apuração da avaliação dos jurados será feita amanhã e o vencedor do 46° Festival Folclórico de Parintins só deve ser conhecido à tarde.
Rodolfo Bartolini e Roberto Saraiva

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