quinta-feira, 26 de maio de 2011

Brasileirão começa com atenção exclusiva de 15 dos 20 clubes

Queda precoce de gigantes na Taça Libertadores diminui rotina de poupar titulares nas primeiras rodadas da competição nacional

Por Bernardo Pombo Rio de Janeiro
Com a queda precoce da maioria dos times brasileiros na Libertadores - só o Santos permanece vivo -, o Campeonato Brasileiro terá um início bem mais animador em relação aos anos anteriores, quando escalar reservas era uma rotina nos primeiros jogos. Agora, equipes como Corinthians, Fluminense, Internacional, Grêmio e Cruzeiro, já eliminados, vão com força máxima desde o início na competição nacional, assim como gigantes que saíram cedo da Copa do Brasil, como Flamengo, São Paulo, Palmeiras e Botafogo.

Dos 20 times da Série A, apenas cinco iniciam o Brasileiro com a preocupação de disputar uma competição paralela: Avaí, Ceará, Coritiba e Vasco, na semifinal da Copa do Brasil, além do Santos, na Libertadores. No ano passado, eram oito os clubes que ainda dividiam a atenção: Santos, Atlético-GO, Grêmio, Vitória, Flamengo, São Paulo, Inter e Cruzeiro. Em 2009, nove: Sport, Palmeiras, Corinthians, Inter, Fluminense, Cruzeiro, Flamengo, Vitória e Grêmio. Desta vez, a largada da competição nacional terá duelos eletrizantes como Fluminense x São Paulo, Botafogo x Palmeiras, e Grêmio x Corinthians, por exemplo. Em todos esses clássicos e jogos envolvendo os 15 clubes que não disputam outro torneio, será vista força máxima.
Se tivessem avançado na Libertadores, Fluminense x Cruzeiro provavelmente seria um jogo morno na terceira rodada, com os titulares sendo poupados, assim como Flamengo x Corinthians. No ano passado, em duelo pela longínqua 11ª rodada, Santos e São Paulo escalaram reservas. O Peixe disputava a final da Copa do Brasil, e o Tricolor estava na semifinal da Libertadores. O clássico contou com apenas 9 mil pagantes e foi decidido num gol contra. E os times reservas espantam mesmo o público. Com a cabeça na Libertadores, o Flamengo levou apenas 7.729 torcedores na estreia no Brasileiro do ano passado, contra o São Paulo, no Maracanã. Em 2008, o Flu, no meio da Libertadores, estreou no Brasileirão contra o Náutico diante de apenas 8 mil torcedores. Foi derrotado por 2 a 0.
Falcão no treino do Internacional (Foto: Lucas Uebel / 
VIPCOMM)Depois de muito tempo, o Inter do técnico Falcão
poderá se dedicar exclusivamente ao Brasileirão
(Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)
A oportunidade de pensar no Brasileiro de forma exclusiva deu muito certo ao Fluminense no ano passado. Eliminado da Copa do Brasil três dias antes da estreia no Brasileiro, o Tricolor venceu cinco dos sete primeiros jogos e deu uma boa arrancada, o que foi fundamental para chegar ao título. Na 14ª rodada, o Tricolor já tinha 32 pontos, 12 a mais que o Inter. Os gaúchos ainda dividiam as atenções com a Libertadores, competição da qual foram campeões, mas deram adeus às chances de título nacional.
Atual campeão brasileiro, o técnico Muricy Ramalho, hoje no Santos, anunciou que não pensa duas vezes ao escalar os reservas na estreia pelo Brasileirão, sábado, contra o Inter, na Vila Belmiro. A preocupação do técnico é com a semifinal da Libertadores.
- Agora chega. Não adianta ser romântico, tentar escalar todo mundo. Agora acabou, não dá mais. Senão vamos chegar na Libertadores, daqui a pouco, sem jogador. Vamos jogar sábado, já. Não dá tempo de recuperar o jogador. Não sei qual time vai jogar, mas vou tirar a maioria dos titulares, porque não tem como. Estamos em meio a uma maratona terrível. Insistir com os titulares é ser burro e isso eu não sou - declarou.
Com equipes grandes fora da
Copa do Brasil e da Libertadores,
o Brasileiro vai ser mais difícil"
Léo Moura, lateral do Flamengo
Para Léo Moura, lateral-direito do Flamengo, enfrentar os reservas não é vantagem.
- O Brasileiro é sempre muito difícil, mesmo quando as equipes envolvidas em outras competições colocam os reservas - diz o lateral, que destaca: - Com equipes grandes fora da Copa do Brasil e da Libertadores, vai ser ainda mais difícil.
Envolvido nos últimos anos com a reta decisiva da Copa do Brasil e da Libertadores, o Internacional, desta vez, foi eliminado precocemente na competição sul-americana. Depois do lamento, agora a visão no Beira-Rio é para uma grande oportunidade de, sem dividir a atenção com qualquer outro torneio, acabar com um jejum que atravessou três décadas.
- É uma competição que o Internacional não ganha desde 1979. Não é simples, mas, com a grandeza que tem, o Inter precisa ser campeão - afirma o técnico Paulo Roberto Falcão.
No Flu, Rafael Moura mostra que o equilíbrio mais uma vez vai pautar o campeonato.
- São 20 times. Quais são grandes? Quase todos. É muito complicado mesmo.
Colaboraram Edgar Maciel de Sá, Alexandre Alliatti e Richard Souza

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