Esta foi a sétima vitória consecutiva do Fla em decisões por pênalti. Se por um lado o time da Gávea conquistou a taça sem derrota alguma, com 11 vitórias e sete empates, o time de Vanderlei Luxemburgo também não venceu seus principais rivais nas fases decisivas do campeonato, tendo eliminado Botafogo, Fluminense e Vasco, nas semifinais e finais da Taça Guanabara e Rio, respectivamente, nos pênaltis. O único triunfo decisivo foi sobre o Boavista, por 1 a 0, na final da Taça Guanabara. Já o Vasco, além de mais um vice para o adversário, manteve seu jejum de oito anos sem títulos. A última conquista foi o Carioca de 2003.
O time de São Januário volta a campo na próxima quarta-feira, diante do Atlético-PR, às 21h50 (de Brasília), na Arena da Baixada, pela primeira partida das quartas de final da Copa do Brasil. Pela mesma fase da competição, o Flamengo recebe o Ceará, no dia seguinte, também às 21h50 (de Brasília), no Engenhão.
Bonde do Mengão sem freio comemora o título antecipado e de forma invicta com muita alegria após a vitória nos pênaltis sobre o Vasco, por 3 a 1 (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Jogo morno e destaque para os goleiros
Sob os olhares do técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, que mais uma vez esteve no Engenhão, os primeiros minutos da decisão foram truncados e com algumas jogadas violentas. O árbitro marcava poucas faltas e deixava o jogo correr. Mesmo com Allan improvisado na lateral-direita, o Vasco começou assustando justamente pelo setor. Com menos de dez minutos, foram pelo menos três chances pela direita com o próprio Allan, Fellipe Bastos e Éder Luis. Em duas delas, a defesa do Flamengo afastou mal a bola. Apesar das duas torcidas terem comparecido em bom número, era a vascaína que cantava mais alto e empurrava o Trem-Bala.
Contando com o retorno de Ronaldinho Gaúcho, recuperado de dores no joelho esquerdo que o tiraram das últimas duas partidas, o Rubro-Negro dominava a posse de bola, mas errava muitos passes. Ainda assim, as duas primeiras grandes chances do jogo foram do time do técnico Vanderlei Luxemburgo. Aos 22 minutos, Ronaldinho Gaúcho cobrou falta e Thiago Neves, livre, cabeceou pra fora. Quatro minutos depois, foi a vez de Bottinelli receber de Deivid e, na cara do gol, chutar para grande defesa de Fernando Prass.
Aos poucos, o Bonde começava a sair do lugar. Contestado por suas atuações na temporada, Deivid se movimentava muito no ataque e dava trabalho aos zagueiros vascaínos. Já o argentino Bottinelli destoava no meio-campo e não conseguia dar sequência às jogadas. Depois do bom início, o Vasco tentava se reorganizar em campo. Em chute de longe, o meia Felipe assustou o xará camisa 1 do Flamengo e quase abriu o placar.
O goleiro rubro-negro teve outro momento de tensão aos 34. Ao cortar um cruzamento da direita, Felipe levou uma cabeçada involuntária de Alecsandro em seu cotovelo direito. O jogador foi atendido pelos médicos do clube e causou apreensão na torcida com suas expressões de dor no ombro, mas foi para o sacrifício a tempo de salvar uma cabeçada de Diego Souza, na última chance clara da primeira etapa.
Placar zerado e pênaltis. De novo
Mesmo ainda sentindo dores, Felipe voltou para o segundo tempo. E viu de camarote Ronaldinho Gaúcho quase colocar o Flamengo em vantagem. Bottinelli sofreu falta na entrada da área e o camisa 10 da Gávea cobrou para mais uma boa defesa de Prass. Tranquilo e precisando apenas de uma vitória para conquistar o título antecipado, Luxemburgo observava tudo sentado no banco de reservas. Já Ricardo Gomes orientava efusivamente sua equipe à beira do campo. Um retrato da situação diferente dos dois times na competição.
O impeto inicial das equipes, no entanto, não foi o mesmo da primeira etapa e o jogo caiu muito de produção. Gomes tinha acabado de orientar Ramon a explorar mais o lado direito do Flamengo em cima de Galhardo quando Luxemburgo tirou Bottinelli, que não gostou nada da substituição, e pôs Fierro em campo justamente para reforçar o setor. O técnico vascaíno respondeu com a entrada de Bernardo na vaga do apagado Diego Souza.
E foi o próprio Bernardo que tentou reanimar a partida. Em seu primeiro lance, o apoiador chutou de fora da área e obrigou Felipe a se esticar todo para espalmar a bola para escanteio. Com o fim do jogo próximo, as duas equipes esqueceram da parte tática e se lançaram ao ataque em busca de um gol salvador na base da raça. Gol que, naquele momento, poderia siginificar a alegria rubro-negra ou a esperança vascaína. Aos 45, o grito quase explodiu na garganta dos rubro-negros. Após escanteio, a bola sobrou para Thiago Neves, que emendou de primeira de fora da área. A bola saiu raspando a trave direita de Fernando Prass.
Antes de encerrar a partida, o juiz ainda teve tempo de expulsar Allan e Willians, que se desentenderam após uma falta. A decisão, mais uma vez, seria nos pênaltis. Na disputa, Alecsandro e Renato Abreu abriram as séries marcando. Bernardo foi o segundo a bater para o Vasco e chutou para fora, assim como Fierro fez pelo Flamengo.A vantagem rubro-negra começou com o erro de Fellipe Bastos, que também mandou a bola para longe da meta de Felipe. Na sequência, Fernando cobrou bem e fez. Élton era o próximo e sentiu a responsabilidade. Outro chute para fora. Depois de desperdiçar sua cobrança na semifinal contra o Fluminense, coube a Thiago Neves novamente ter a chance de definir a partida. Ele pegou a bola e com calma, garantiu o título antecipado do Flamengo. Agora, 32 vezes campeão carioca e mais dono da hegemonia do estado do que nunca.
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